Qual é o papel da doença na vida dos humanos?

papel da doença na vida dos humano

A humanidade sempre esteve sujeita a inúmeros tipos de enfermidades, geradas por períodos de fome, frio, infecções ou problemas graves de saúde. Em sua maioria provocada por acidentes, envenenamentos ou pandemias.

O próprio surgimento da existência da paleopatologia, uma ciência dedicada especificamente ao estudo das doenças do passado, demonstra que o processo de adoecimento não é um fenômeno recente da humanidade, e sim algo presente desde sua origem.

A medicina é uma ciência nobre, uma força universal que atravessou a história do mundo e dos povos comprometida com a evolução e cura.

Se destaca no mundo inteiro devido a um dos pilares mais fortes que sempre a sustentou, o seu compromisso na defesa intransigente a vida!

Salvar vidas, promover conhecimentos relativos à manutenção da saúde, à prevenção, ao tratamento e a cura de doenças, são pilares fundamentais.

A medicina é tudo isso e olha para o futuro apontando caminhos e estudos capazes de revolucionar tratamentos, promovendo novos olhares.
Atualmente, ela vem passando por mudanças inquestionáveis e isso se dá em grande parte devido aos grandes avanços tecnológicos. Dessa verdade ninguém pode se afastar.

Por isso, por acreditar que trabalhamos em constante estado de mudança, as transformações que pretendo destacar estão no âmbito relacional, na forma de cuidar de um paciente e sob a ótica da medicina integrativa, que dá uma grande ênfase à relação entre o paciente e o profissional de saúde.

A abordagem integrativa também é conduzida por evidências, contudo, o olhar do profissional de saúde é sensível e sua escuta, neste particular, será sempre ativa, conectada ao paciente como um todo, sem deixar de considerar suas crenças, relacionamentos, religião, espiritualidade.

Ou seja, olhar o paciente de maneira multidimensional e não somente observá-lo levando em consideração exclusivamente sintomas e doenças.

A visão integrativa permite ao profissional de saúde ver o paciente como uma pessoa única, em sua totalidade física, mental, emocional, social e espiritual.

O que isso significa?

Significa que novos elementos entram em cena e podemos elencar, por exemplo, como impacto positivo no tratamento de doenças, a relevância que a religião, espiritualidade, otimismo e o poder da fé, operam em determindos quadros.

Outro fator que reforça o trabalho pautado na visão integrativa também leva em consideração a crença do paciente no profissional de saúde e no seu tratamento.

Essa relação de confiança e troca, independente eficácia do tratamento, pode gerar efeito placebo e isso pode ocorrer pela expectativa de cura ou pelo poder de sugestão do médico.

Neste contexto, Mário Fernando Peres afirma que a prática clínica não teria se desenvolvido sem o conceito do efeito placebo, que favoreceu novas descobertas sobre como nossas crenças podem ser impactantes para a saúde tanto quanto as medicações administradas via venosa, em cápsulas, comprimidos ou injeções.

E por que aproveitar para mencionar o poder da fé num ser superior?

Antes que se duvide do poder da fé no processo de cura, gostaria de destacar que, independente da complexidade da enfermidade que um paciente esteja tratando, o médico Oliver Wendell Holmes afirma que devemos ter todo “cuidado para não retirar a esperança de outro ser humano”.

Um médico jamais deve se colocar como juiz e passar uma sentença fixa de dias ou meses de sobrevivência, ainda que o paciente espere por isso, pois, segundo afirma o autor Jerome Groopman, na obra Anatomia da Esperança, esse não é seu papel.


A onisciência a respeito da vida e da morte não faz parte do domínio médico. Pode-se dizer que esse é um domínio mais adequado para a religião e para a espiritualidade e é por isso que essas duas instâncias devem, sempre que possível, ser integradas ao tratamento do paciente como uma porta capaz de ser aberta pelo profissional de saúde para impactar positivamente no seu tratamento. Não é por acaso que cresce a cada dia o número de estudos que abordam as implicações da religião e da espiritualidade na saúde física e mental dos indivíduos. Considerando isso, vale ressaltar ainda mais uma questão.

Qual será o papel da doença na vida do ser humano?

Segundo o terapeuta Roberto Crema, “a doença não é ontológica; é existencial. Ninguém é doente; a pessoa está doente, eis um preceito ético dos antigos e novos terapeutas.” Segundo ele, a doença pode ser vista segundo a expressão de uma passagem, de uma dinâmica e um devir. Ela nunca pode ser considerada um rótulo do Ser.

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