O estresse é um desafio para o século 21?

Esgotamento emocional

Considero que o estresse é, sim, um grande desafio que atualmente afeta todos os indivíduos da nossa sociedade.

Você pode estar em qualquer lugar do planeta, na India, em Nova York ou pode até se achar uma pessoa zen demais, mas o estresse é inerente a condição humana.

Ele não respeita planejamentos e surge quando menos esperamos. O grande desafio é saber o que fazer quando ele surge e reconhecer seus efeitos nocivos.

Fato indiscutível é que o estresse surge independente de qual seja seu sexo, etinia, religião, ou classe social.

Qualquer que seja sua condição o estresse estará presente e sim, tem sido um dos maiores desafios da modernidade.

Ele está presente na vida milhares pessoas, favorecendo o aparecimento de doenças físicas e mentais.

Mas, afinal, o que é o estresse?

Para o autor Rodrigo Pires do Rio, o estresse pode ser comparado à atividade policial numa comunidade, devendo o indivíduo estar sempre atento e pronto para entrar em ação rápida para que se evitem conflitos e danos.

Ele o define como um “conjunto de respostas, específicas e/ou generalizadas do nosso organismo diante de estímulos externos ou internos, concretos ou imaginários, que são percebidos como pressões e que exigem a entrada em ação de mecanismos adaptativos com capacidade de nos ajustar a essas pressões, propiciando meios adequados de reação e preservando nossa integridade, nosso equilíbrio, nossa vida.”

Para nos dar uma ideia geral sobre as inúmeras variações quantitativas ou qualitativas às quais nosso organismo pode estar submetido no dia a dia, este mesmo autor, em sua obra O Fascínio do Stress, o divide em três grandes estados energéticos, fazendo uma analogia a um manômetro (instrumento destinado à medição de pressões):

A) O estado de estresse que é um estado de alta pressão, com grande produção de energia, onde predomina a atuação do sistema nervoso autônomo simpático;

B) O estado de relaxamento, que é um estado de baixa pressão, com baixa produção de energia, onde predomina a atuação do sistema nervoso autônomo parassimpático;

C) O estado intermediário, com média produção de energia, onde há um equilíbrio na atuação do sistema nervoso autônomo.

Esta classificação nos dá uma ideia geral útil para compreendermos a variação de estados energéticos que vão desde um estado de alta pressão, ou seja, de estresse, até um estado de baixa pressão, ou seja, relaxamento.

Esse olhar sobre o estresse é fundamental no campo do autoconhecimento, pois precisamos estar conscientes de em que estado nos encontramos ao longo do dia para realizarmos nossas atividades.

Além disso, é fundamental mapearmos nossas principais fontes de estresse para encontrarmos maneiras eficazes de lidarmos com ele.

Mesmo que não estejamos mais na era das cavernas, fugindo de mamutes e outros predadores, de um certo modo, todos nós precisamos enfrentar o dilema ou vários!

A modernidade e a velocidade com que tudo acontece no mundo, exige muito de nossas capacidades.

Além de todas as incertezas com as quais temos que lidar para sobreviver, nossa geração ainda tem que aprender a lidar diariamente com avanços tecnológicos que mudam mais rapidamente do que damos conta de nos adaptar.

A era digital vem transformando nossa forma de viver, mergulhando a todos em um oceano de exigências e aflições.

O resultado final dessa equação trepidante é um impacto negativo em todos os aspectos da vida do indivíduo, que produz mudanças de comportamentos, de hábitos e de costumes.

Efeitos que, não raro, carregam um poder lesivo capaz de comprometer a saúde mental e abreviar sonhos.

Não temos mais que fugir de mamutes, mas, a cada instante, muitas pessoas mudam seus comportamentos por influência da presença de novas tecnologias que geram mudanças comportamentais e sociais.

Precisamos refletir sobre essas mudanças, quais são seus aspectos positivos e/ou negativos para a saúde e como podemos usufruir delas para gerar mais qualidade de vida.

Será que as novas tecnologias podem favorecer o aumento do estresse neste século?

Segundo Lucio Lage Gonçalves, as novas tecnologias vêm mudando a nossa percepção do mundo, modificando pessoas e a sociedade.

Isso será uma evolução se essas mudanças não trouxeram aspectos negativos.

Precisamos cuidar da nossa saúde e administrar o estresse nosso de cada dia, para perceber quem são nossos novos mamutes neste mundo.

Finalizo aqui com um exercício que propõe exatamente isso: identificarmos nossas principais fontes de estresse para encontrarmos maneiras saudáveis de lidar com ele por meio de uma investigação das principais pressões psíquicas que nos estressam.

Tal técnica foi adaptada pelo autor Rodrigo Pires do Rio, na obra Fascínio do Stress, para auxiliar na gestão do estresse já na década de 90.

Sente-se ou deite-se confortavelmente num sofá ou poltrona e feche os olhos. Focalize aqueles aspectos de sua vida onde você se sente mais pressionado. Pense nas situações onde a resposta “lutar ou fugir” é disparada, onde os “gatilhos” do estresse entram em ação. Pense nas pressões que mais te desestabilizam e que mais se repetem. Seus mamutes podem ser situações onde existem pressões, pessoas com as quais seja desgastante conviver, tarefas que exercem pressão sobre você ou suas próprias dificuldades interiores.


Quais são seus mamutes?

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